Com tanta coisa interessante na capital alemã você deve estar se perguntando porque começo esse post com a foto de uma batata frita de pimentão que eu não comi! Porque minha viagem começou e praticamente terminou cercada de pimentões!
Eu estava no avião indo para Berlim, tentando dormir, quando a passageira do lado tira um potinho da bolsa e começa a comer uns pedacinhos de fruta. Bem, frutas imaginei eu, mas quando olhei com atenção vi que eram fatias de pimentão amarelo e vermelho. Ecaaaaaaa! Eu adoro pimentão, principalmente vermelho e amarelo, mas na comida, não como café da manhã! Eu pensei comigo, esse povo alemão é mesmo estranho! Deixei pra lá a menina, os pimentões e voltei a dormir.
Mas, viajando, eu notei que o pimentão é um hábito nacional! Ou local, sei lá, só estive em uma cidade... Eles colocam pimentão em tudo! Você vai comer uma lasanha ou uma pizza com pedaços enormes de coisas vermelhas e pensa: tomate! Não, é pimentão mesmo. E por fim, a bata frita sabor… pimentão. Não podia deixar de fotografar.
Uma das coisas que mais me impressionou em Berlim foi o fato da cidade ter ido a baixo tantas vezes e ter sido reconstruída. Dois exemplos disso são o Portão de Brandemburgo e Kaiser-Wilhelm-Gedachtniskirche, ambos bombardeados na II Guerra Mundial.
O Partão de Brandemburgo foi o único que sobrou dos vários que cercavam a cidade. Já em 1806, Napoleão Bonaporte queria levá-lo a Paris, mas por motivos óbvios, o convenceram do contrário e transportaram somente a quadriga sobre ele, que em 1814 foi recuperada pelo exército alemão. Posteriormente, durante a II Guerra, a Praça Paris e toda aquele região do entorno foram a baixo. O Portão permaneceu de pé, mas ficou bastante danificado, assim como a guadriga, que pode ser perfeitamente restaurada, uma vez que os alemães, depois de tantas guerras, passaram a fazer moldes de todas as estátuas da cidade!!!
A igreja Kaiser-Wilhelm-Gedachtniskirche, ao contrário das demais zonas bombardeadas, não foi reconstruída. Manteve-se apenas uma parte dela, uma nova torre e uma nova nave foram construídas. Hoje, ela é um símbolo da destruição da II Guerra Mundial.
Esse é o Muro de Berlim, ou melhor, são, porque eram 2! Nunca tinha ouvido falar, nem fazia idéia que a construção da barreira entre a parte ocidental e parte oriental da cidade comportava em dois muros paralelos com um corredor no meio. Aquele que pode ser visto mais ao fundo, é muro do lado oriental de Berlim. Era alto e havia uma terminação abaulada em cima para dificultar que as pessoas pulassem, mas, se mesmo assim alguém conseguisse a proeza, caía no “corredor de fuzilamento” e dificilmente escapava. O muro em maior evidência na foto ficava do lado ocidental da cidade, era baixo e não tinha controle, porque não interessava ao governo deste lado reprimir o trânsito da população.
O Holocaust-Mahnmal é um memorial aos 6 milhões de judeus assassinados holocausto. Um quarteirão inteiro com blocos de pedras escuras colocadas em paralelo umas as outras, lebrando um cemitério. As pedras foram cobertas com um produto que facilita a limpeza, impedindo a fixação das indesejadas pixações. A empresa que comercializa tal produto é a mesma que fornecia o gás que matou os judeus nos campos de concentração. Como uma forma de se retratar perante a sociedade, a empresa doou o produto para proteger o monumento.
O bonequinho do semáfaro da Berlim Oriental era diferente. O governo acreditava que fazendo uma imagem mais humanizada e simpática, a população seria mais obediente ao sinal de trânsito. Com a queda do muro e a unificação da cidade, houve também a tentativa da padronização dos bonequinhos, que passariam a ser iguais ao da Alemanha Ocidental. Mas a população contestou. Eles já haviam perdido todas as antigas referência (marcas, produtos, símbolos). Com a abertura para o capitalismo, nenhuma produção do governo comunista conseguiu se manter ativa. O boneco do sinal era a única ligação que eles ainda tinham com a sua história de vida. Então, foram mantindos os dois bonequinhos, que se encontram espalhados pela cidade.
E falando em símbolos, é incrível como se vê o Brasil, os brasileiros, suas marcas, seus ícones por todo o mundo. Nessa foto temos um mural em homenagem aos nossos boleiros, um centro de depilação e um restaurante brasileiros. Falta ainda a pichação no Muro de Berlim “Fulano e Fulaninha, Uberaba, Brasil”, essa eu vi, mas não registrei... Fica pra próxima, pra galeria das vergonhas.