domingo, 19 de abril de 2009

Vivendo e se surpreendendo

As tarefas domésticas nunca foram uma prioridade na minha vida. Aprendia a fazer, assim mais ou menos cada uma delas, por uma questão de autonomia, detesto depender de alguém, e também porque minha mãe sempre dizia "pra mandar você tem que saber fazer", ou seja, se eu quisesse ter uma empregada, ao menos deveria saber dizer a ela como gostaria que as coisas fossem feitas.

Das atividades de casa, a que mais me aflige é a comida. Eu gosto de fazer um pão, um maracarrão ou uma comidinha especial, mas detesto o cotidiano da cozinha. Você tem que cuidar para ter todos os ingredientes, tem que estar atento para não estragar a comida e, especialmente, tem que ser feito sempre! Se eu não tenho tempo de lavar roupa, não lavo, uso outra, limpar a casa idém (... e passar eu nem comento, porque isso só faço em caso de emergência. Depois de um certo tempo, você descobre que passar roupa, com raras exceções, é praticamente uma futilidade hehehe principalmente quando quem passa é você mesmo!). Mas cozinhar é inevitável, porque ainda não adestrei o meu estômago para abedecer a ordem de "Essa semana não tenho tempo de cozinhar, espere mais um pouco!" Eu até tentei, mas ele é rebelde hehehe

Entretanto, nesse período em que passei mais tempo em casa, tive um prazer como nunca de me sentir mulher, esposa, cuidadora no aspecto mais tradicional e machista destes conceitos. Eu cozinhava com calma, esperava pelo Rapha na hora do almoço com a comida fresquinha, a mesa pronta, a casa arrumada. Meu lado feminista quase tem vergonha de dizer, mas ADOREI! Não me lembro de ter tido oportunidade antes de curtir minha casa e meu marido dessa maneira.

Essa fase me fez refletir sobre o papel da mulher na sociedade e caí na tão falada dupla jornada - casa / trabalho. Cheguei a conclusão que as tarefas devem ser divididas e que, se os dois fazem de tudo, algumas coisas não são feitas, outras não são bem feitas e "outros" não fazem muita coisa. Então, nada mais inteligente que a divisão de trabalho, um fica em casa para cuidar dos afazeres domésticos, outro vai ganhar o pão, como ditavam os bons patriarcas das gerações anteriores. O que eu não concordo é que mulher deva fazer isso e homem aquilo, necessariamente, que o trabalho remunerado tenha mais valor, que homem tenha direito de propriedade sobre a mulher e de decisão sobre o dinheiro, etc.

Bem, enquanto não chegamos num mais mundo justo e evoluído uma boa empregada pode ajudar, os dois trabalham "na rua" e as "tarefas do lar"são terceirizada. Escrito parece a solução ideal, mas para mulher ainda resta uma série de responsabilidades - a educação dos filhos, a organização da casa, a manutenção da dispensa...

O movimento feminista pode ter aberto muitas portas para as mulheres, porém, enquanto os homens continuarem a ser criados a partir de um conceito machista e as mulheres sob os princípios modernos pseudofeministas (minha filha pode jogar bola, mas meu filho não pode brincar de casinha), continuará havendo uma sobrecarga de atividades e responsbilidades para a mulher.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Alergias, no plural

Olho inchado - início da conjutivite alérgica. Madrid /primavera 2008.

Eu sempre soube que era alérgica, mas foi em Portugal que descobri que sou alérgica a quase tudo. Ainda bem que de maneira amena...

Muitas vezes, no Brasil, surgia uma irritação, uma bolota na pele e eu logo taxava, de duas uma, ou é mordida de mosquito (no meu quarto sempre tinha pelo menos um ) ou espinha (de calor, de TPM, de praia...).

Mas aqui em Lisboa, raramente tem pernilongo e o tempo, como vocês sabem, é quase sempre frio. Então, comecei a desconfiar e comentei com uma colega de trabalho "Não vejo mosquito lá em casa e mesmo assim aparecem essas mordidas no meu rosto (quase sempre é no rosto)." Ainda brinquei dizendo que devia ser pulga!!! Ela disse com a maior simplicidade "Cristiane, é claro que isso é alergia, né?!" Não preciso nem dizer que me senti uma idiota! Como eu não pensei nisso antes?

Foi aí que comecei a reparar que quase tudo que eu comia me sapecava a cara. Frutos do mar, vinhos, queijos, iogurtes, temperos, cogumelos, pimentas, embutidos, enlatados... Ah, e agora mais uma novidade europeia, o pólen! Não sei se o pólen daqui é mais potente ou se todas as plantas florescem praticamente ao mesmo tempo. Só sei que ele também me causa uma bela alergia (e não só em mim, claro). Ano passado tive uma conjutivite alérgica e esse ano um resfriado, ambos na mesma época - no início da primavera. Tomei uns comprimidos antialérgicos para melhorar do tal "resfriado" e, não só minha garganta, como a minha pele ficou ótima!

Dentes novamente...

Ok, eu sei que vou ser repetitiva, mas não me aguento... hehehe

Mais uma vez Raphael foi abordado no banheiro ao escovar os dentes. Entrou um menino africano no banheiro e disse "Senhor, posso fazer uma pergunta? Por que o senhor está a lavar os dentes a essa hora?" O Raphael explicou que havia acabado de almoçar. O menino fez uma cara de quem continuou na mesma, mas foi embora sem mais perguntas. E o Raphael ficou pensando "Esse garato deve ignorar totalmente o motivo deu escovar os dentes depois da refeição e ainda deve estar achando ´Só agora, depois do almoço, é que o homem resolveu escovar os dentes, que porco!` E, no final, o porco sou eu!" haha haha De verdade, queria muito saber o que se passou pela cabeça do garoto...

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