segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Neve, neve, neve!!!

Serra da Estrela - Portugal

Dia 25, Natal, foi meu primeiro contato com a neve. Aquela paisagem branquinha, igualzinha em filme… e muito mais divertido!

Fomos a Serra da Estrela após o almoço, o tempo estava instável e eles só abriram o acesso a serra no início da tarde. Nós subimos até o topo, mas não tivemos muito tempo por lá, começou a nevar forte novamente e tivemos que descer. Ainda fomos parando no caminho, brincado um pouco aqui, fotografando mais ali. De qualquer forma adorei!!!

Agora, quero mais tempo pra brincar na neve feito criança ;). Já estou planejando a próxima aventura, alguém alinha?
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Eu rolando na neve.

Impressões:

É menos frio do que parece. Ou ao menos é um frio menos incômodo, menos húmido, menos penetrante. Isso quando não venta, porque quando venta… Ui, meu Deus! Congela até a alma!

Não é fofa como a televisão faz parecer. Até porque aquilo é gelo e não algodão como a gente tem a impressão. Mas é bem confortável de brincar e o monte de roupa que a gente tem que usar por causa do frio também protege dos tombos.

Com as roupas certas você ainda sente frio, com as erradas a festa nem começa… Não é qualquer luva, bota, gorro e roupas interiores que aguentam a neve e sem elas, nem pensar! (né, rapha? Kkkk)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os mano

Novamente de carrinho! Não é nada prático viver sem carro em um lugar frio, no subúrbio, onde os supermercados são razoavelmente distantes e fecham cedo. Mas já conseguimos resgatá-lo e a vida segue mais cômoda.

Tivemos, com essa confusão, alguns gastos extras: levaram nosso guarda-chuva novo do IKEA, precisamos pegar um táxi que não estava no script e o Rapha gastou uns trocos de passagem para buscar o carro. Ok, umas bobagens, aborreceu, mas não chegou a doer no bolso.


O mais surpreendente, entretanto, foi o Rapha descobrir (ele jura!) que os ladrões puseram gasolina no carro!!! Adorei isso! Foi bem pouco, provavelmente o suficiente pra chegar onde eles queriam, nem deu pra cobrir nossos gastos extras, mesmo assim é divertido. Fico pensando na reação dos caras... Eles devem ter dito "PQP! Roubar pobre é foda! Ainda tenho que abastecer!" hahaha

domingo, 6 de dezembro de 2009

Belém










Torre de Belém

Belém é um dos lugares que mais gosto por aqui. Lisboa não tem parques fantásticos como Londres e Paris, o que é uma pena, porque, com o clima da cidade, eles ficaram lindos praticamente o ano todo! Entretanto, a ribeira em Belém é um espaço gostoso e diferente que também é usado para aquele famoso passeio familiar de domingo.

Mosteiro dos Jerônimos - por fora e por dentro.

Simbólico e significativo – Era o local usado como ponto de partida dos navegadores. Onde encontramos o Padrão do Descobrimento (uma homenagem aos desbravadores), a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos. Os dois últimos em estilo manuelino.
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Padrão do Descobrimento
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“O monumento (Padrão do Descobrimento) tem a forma de uma caravela estilizada, com o escudo de Portugal nos lados e a espada da Casa Real de Avis sobre a entrada. D. Henrique, o Navegador, ergue-se à proa, com uma caravela nas mãos. Em duas filas descendentes, de cada lado do monumento, estão as estátuas de heróis portugueses ligados aos Descobrimentos. Na face ocidental encontram-se o poeta Camões, com um exemplar de Os Lusíadas, o pintor Nuno Gonçalves com uma paleta, bem como famosos navegadores, cartógrafos e reis.

A norte do monumento uma rosa-dos-ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no chão, foi uma oferta da África do Sul em 1960. O mapa central, pontilhado de galeões e sereias, mostra as rotas dos descobridores nos séculos XV e XVI.

No interior do monumento existe um elevador que vai até ao sexto andar, e uma escada que vai até ao topo de onde se descortina um belo panorama de Belém e do rio Tejo. A cave é usada para exposições temporárias.”











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Detalhes do chão sob o Padrão.


Pastel de Belém - O único doce português que eu realmente gosto. Não como pastel de nata, só os da Casa Pastéis Belém.

“Em 1837, em Belém, próximo ao Mosteiro dos Jerónimos, numa tentativa de subsistência, os clérigos do mosteiro puseram à venda numa loja precisamente uns pastéis de nata. Nessa época, a zona de Belém ficava longe da cidade de Lisboa e o seu acesso era assegurado por barcos a vapor. A presença do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém atraíam inúmeros turistas que depressa se habituaram aos pastéis de Belém.

Na sequência da revolução liberal de 1820, em 1834 o mosteiro fechou. O pasteleiro do convento decidiu vender a receita ao empresário português vindo do Brasil Domingos Rafael Alves, continuando até hoje na posse dos seus descendentes.

No início os pastéis foram postos à venda numa refinaria de açúcar situada próximo do Mosteiro dos Jerónimos. Em 1837 foram inauguradas as instalações num anexo, então transformado em pastelaria, a "Casa Pastéis de Belém". Desde então, aqui se vem trabalhando ininterruptamente, confeccionando cerca de 10.000 pastéis por dia. A receita, transmitida e exclusivamente conhecida pelos mestres pasteleiros que os fabricam artesanalmente na Oficina do Segredo, mantém-se igual até aos dias de hoje. Tanto a receita original como o nome "Pastéis de Belém" estão patenteados.”



Todos os textos citados foram retirados de http://pt.wikipedia.org/ .

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Os Homi

3ª feira (minha folga e feriado), quando eu pensava em dormir até o corpo doer e depois passear com o meu maridinho em algum canto aqui perto, acordo às 8h30 da manhã com a polícia na porta. “É pra cá mesmo???”, perguntei correndo o risco de tomar um fora oficial, mas sempre quando tocam aqui é engano… e o sono, e a polícia… Por que estariam nos procurando? “É da casa do sr. Raphael XPTO?”

Era mesmo pra gente.

“O senhor sabe onde está o seu carro?”, indagou um deles. “Puts, foi roubado.”, pensei eu. Dito e feito. Nosso carro foi encontrado em um outro subúrbio de Lisboa e a polícia veio procurar o dono, já desconfiavam do roubo e precisavam que o Rapha fosse à delegacia dar queixa, só assim poderiam continuar as investigações.

Já pensou isso no Rio? Primeiro, Deus me livre a polícia carioca batendo na porta lá de casa. Depois, nem sei quantos seriam necessários pra dar vazão a esse tratamento VIP… Porque, além de irem a nossa casa, serem super educados e pacientes, ainda deram uma caroninha básica ao Rapha até a esquadra.

Parece que o carro está inteiro, não foi danificado. Agora estamos esperando ansiosos que a perícia libere nosso companheiro de aventuras lusitanas!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Coisas sobre as quais eu quis falar, mas alguém já falou antes…


1- Inverno:

O inverno, aqui em Lisboa, segue ao verão, já quase não se sente o Outono. De repente, um dia, você sai na rua e vê as pessoas de bota e casacos e nota que, enfim, o inverno está chegando. Ainda não faz frio, mas é melhor confiar no conhecimento popular! No ano em que cheguei, não me vesti adequadamente e fiquei doente como nunca estive.

2- Sainha

No Brasil, quem diria, uma jovem vai a faculdade com vestido (talvez) impróprio e é ameaçada pelos colegas. Precisou sair escoltada pela polícia para não ser agredida! Além disso, chegou a ser expulsa da instituição por não estar trajada como se deve.

Existe um debate na TV (memo depois de semanas) para saber se a roupa da estudande era inadequada ou não, curta demais ou não, se ela provocou ou não. Os jornalistas se resguardam, mas dão voz e formato a esse foco do conteúdo através dos entrevistados. Ao menos o que chegou aqui a Portugal, pouco se reflete sobre a reação dos estudantes. Uns animais no cio que nunca viram uma fêmea. Por que não falar do machismo, agressividade, permissidade, etc? Por que levar um especialista XPTO para falar de como seria certo a faculdade acolher a “diferente” saber colocá-la dentro dos padrões?!!! Hein?! Quer dizer então que todos os demais que criaram aquele circo estão dentro dos padrões de comportamento esperado????

Vejo repetido o antigo discurso de “ela provocou”, “ela pediu”, ainda que mascarado pelo "devemos orientá-la para inclusão". Espero que lá no Brasil alguém tenha se debruçado sobre o tema de forma menos machista, porque o que chegou até aqui foi bastante falho…


3- Escudos


Usando como bengala o bom texto da Aline , que chegou antes com o tema, quero falar do escudo x euro. Aqui em Portugal, já está para completar 9 anos da adoção do euro como moeda nocional. Mesmo depois de tanto tempo, as pessoas continuam fazendo conversão das moedas “Pá, são 20 contos! Isso dinheiro!” Contos é uma espécie contagem, mil qualquer unidade monetária (quem não se lembra dos “contos de réis” da literatura, por exemplo?!). 20 contos, no caso, seriam 20.000 escudos, moeda em vigor antes do euro.

As pessoas há quase uma década recebem e gastam em euros, mas continuam convertendo pra saber se algo é caro ou barato. O que mais me espanta são os jovens, gente com menos de 30 anos, repetindo essa prática.

Com a entrada do euro, o poder de compra do português caiu muito, os preços subiram e o salário não acompanhou, como é comum acontecer nesse tipo de mudança econômica. Eles têm muitas saudades daquela época, entretanto, com a entrada para comunidade europeia, Portugal cresceu bastante. Avanços tecnológicos, ampliação do transportes, modernização urbana, renovação da educação foram algumas das consequências da EU em Portugal, mas eles não costumam considerar muito isso, pensam mesmo no dindin que deixaram de ter.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Na hora certa, no lugar certo (e com câmera!)

Tenho uma grande paixão por fotografia, mas acho que nunca investi o suficiente nela. Já pensei em trabalhar como fotógrafa, mas, depois que descobri o vídeo, tirei essa ideia da cabeça. Talvez seja isso, o vídeo é minha paixão profissional, uma das poucas coisas em que tive realmente prazer em trabalhar, já a fotografia é maior, é um hobby. Um momento individual de gozo que só será partilhado posteriormente.

Há alguns anos li um depoimento do Amir Klink:

"Já acordado na Antártida, ouvi ruídos que pareciam fritura. (...) Eram cristais de água doce congelada que faziam aquele som quando entravam em contato com a água salgada. O efeito visual era belíssimo. Pensei em fotografar, mas falei para mim mesmo: calma, você terá muito tempo para isso! Nos 367 dias que se seguiram, o fenômeno não se repetiu. Algumas oportunidades são únicas!"

Foto: Cartier Bresson, pra cobrir o vazio das fotos que não fizemos

É claro que, quando li, lembrei imediatamente do momento decisivo de Cartier Bresson. Tirando a metáfora que ele sugere no final, tratando especificamente de fotografias, na hora acreditei ter entendido o sentimento dele. Mas acho que só fui capaz de compreender completamente quando presenciei um momento extremamente fotográfico e não tinha máquina para registrá-lo. Vi 2 garis brincando ao lado de latões de lixo com um vestido de noiva que haviam jogado fora. No mesmo instante saquei que puta fotografia daria! Mas eu não estava “armada”…

Há pouco tempo revivi esse sentimento quando voltava do centro de Lisboa pra casa e vi no horizonte uma faixa rosa, pedi ao Rapha para passar pelo Tejo para vermos a coloração do céu de “perto” e sem os prédios como obstáculo. Prefiro nem descrever a paisagem, nunca seria capaz de fazer juz ao que vi. Novamente me arrependi por não ter ali, comigo, uma máquina e voltei a pensar no antigo plano de jamais sair de casa sem uma câmera fotográfica.
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Foto: Cristiane Chagas - Londres, o momento que eu não perdi

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Indianos, meus preferidos


Pra quem acompanha o blog desde sempre, sabe que Lisboa é uma cidade, hoje, com mais imigrante que portugueses (eu nunca vi nenhuma estatística sobre isso, mas tenho certeza kkkk). Acredito que a maioria seja de africanos e brasileiros, por motivos óbvios. Mas também encontramos muitos chineses, russos, moldavos, romenos e indianos.

Do pouco que pude conviver com essas pessoas e suas culturas, incluindo portugueses e brasileiros, os que melhor me impressionaram foram os indianos. Não pela novela, pelos lindos tecidos, pelas jóias, pela pintura do rosto ou pela rena no corpo, mas pelo seu gênio. Sempre tão serenos… São simpáticos, falam baixo e costumam ser educados com a família e com os estranhos. Não sei como se comportam dentro de casa ou a imagem que transmitem a quem visita a Índia, onde estão em maioria e em maior diversidade de caráter (se alguém já esteve lá, me diga qualquer coisa), mas, aqui, não tenho do que reclamar.

Bem, os homens, quando andam em grupo na rua e resolvem olhar pra você, são um pouco estranhos, dá um certo medo. Mas, também, não dizem nada. Ao contrário dos africanos que ficam gritando “zuca”, “oh, zuca”. “Valeu, você é muito esperto, descobriu que eu sou brasileira. Até uma ameba era capaz de concluir isso. Agora, me deixa em paz que eu não te conheço de lado nenhum e já não gosto de você!” Eu penso, mas não digo uma palavra, finjo que não é comigo, mesmo que gritem no meu ouvido, e sigo em frente, porque nessas horas a melhor solução é não dar corda. Afiiii, odeio quando eles fazem isso!

domingo, 25 de outubro de 2009

Dominando o mundo


Chegamos em Bruxelas no nono dia de uma viagem de dez, depois de despertar bem cedo de uma noite mal dormida. A viagem de trem de Amsterdã até a capital belga foi boa, tirando o período em que uma criança resolveu gritar dentro do vagão, normal. Sabíamos que o dia seria longo, era este o prazo para conhecermos o máximo da cidade e ainda nem tínhamos um lugar para pernoitar...

Após sairmos do trem meio grogues, a primeira providência era encontrar um lugar para ficar. Fomos ao ponto de informação da estação, pegamos um mapa e mãos à obra! Andamos alguns minutos pelo centro da cidade completamente vazio, fora da zona turística. Logo descobrimos que a região tinha muitas ruas além das do mapa e não sabíamos se estávamos indo na direção certa. Ok, hora de pedir informação. Reduzimos o ritmo da caminhada, preparamos os neurônios (afinal, teríamos que encontrar um belga, falar em inglês, fazê-lo encontrar uma referência no mapa incompleto, entender tudo isso e, claro, seguir corretamente as instruções, isso se ele soubesse ajudar, UFA!).

Fui observando, vendo se havia alguém sem cara de bebum na rua ou algum comércio aberto. De repente vemos “Casa de carne”, e o Rapha diz “deve ser de português…” “não Rapha, em Portugal, açougue se chama talho e português não muda nada. Isso é de brasileiro”. Dito e feito, os donos eram brasileiros, de Minas. Depois vim descobrir que é comum esse nome no Brasil, mas nunca havia visto no Rio. Ah, além de carne, eles também vendiam queijo, minas, claro hehe.

Bem, eles nos indicaram a direção do albergue e chegamos lá rapidinho. Depois disso, andando pela cidade ainda encontramos um bar brasileiro e uma loja de havaianas. Em pensar que a segunda pessoa com quem falei na Bélgica foi uma brasileira! Nossa, isso acho que herdamos dos portugueses, tem brasileiro em tudo que é canto!!!

obs.: só eu (vivo em PT) tenho uma prima na Espanha, uma amiga na França, outra em Singapura, alguns em Londres, um casal nos EUA, uma colega no Chile, e por aí vai...

Acabei não tirando foto do açougue, ficam aí as fotos dos outros dois empreendimentos (a loja de havaianas, acho que não era de brasileiros, mas tá valendo…)



sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Docinhos


Meus doces favoritos sempre foram a base de chocolate, pouco fujo a isso. Cremes, chantilly, tortinhas, de um modo geral não me atraíam. Mas tanto se fala da confeitaria francesa que resolvi experimentar umas tortinhas e outros doces. Pra dizer a verdade, não colocava muita fé, porque aqueles doces tão bonitos, tão delicadamente confeitados, não podiam ser assim tão gostosos (ao menos pra uma pessoa que em tese, lembrem, não curte cremes e afins). Surpresa, são simplesmente deliciosos! Azedinhos, sutilmente adocicados, uma textura maravilhosa e uma harmonia de sabores de forma que conseguimos identificar a mistura de ingredientes frutas, cremes, chocolates, massa, seja o que for. E, no final, ao invés do enjoo, uma gostinho de quero mais.

Amei!

E pra completar a minha felicidade ainda descobri uma bomba de pistache com um leve toque de chocolate. Nunca imaginei gostar tanto de tortinhas! Hummmmmmm

Mas, saindo da França, continuo desconfiada da qualidade dos docinhos, prefiro não arriscar a ter que lidar com a frustração de um chantilly amanteigado, um gosto açucarado em excesso, uma massa murcha, frutinhas sem gosto…

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Hábitos e Janelas

Ontem, cheguei em casa e encontrei o lençol amarrado na maçaneta da porta de entrada. Detesto quando isso acontece!

Deixa eu explicar, aqui é muito comum ter o varal para o lado de fora da janela, somente nos prédios mais novos das zonas mais elitizadas é que têm estrutura para secar a roupa do lado de dentro. Então, quando venta muito, é comum que a roupa cai na rua. Normalmente, eles colocam no hall de entrada do prédio a roupa que encontram na rua, mas, como sabiam que o lençol era meu por causa do outro que continuou pendurado, prenderam na minha porta mesmo. Aí, quando isso acontece, tenho que lavar tudo novamente…



A minha casa é um meio do caminho, tem até uma áreazinha e um secador improvisado que não dá pra roupa toda, mas resolve o problema das peças íntimas e também das mais delicadas. O povo aqui está tão acostumado a colocar a roupa do lado de fora que eu já tive a calçola da minha vizinha de cima caída no meu varal (eca!) e olha que ela é uma mulher nova!

O mais impressionante é que até nos apartamentos mais baixos (rés-de-chão, nosso térreo) eles penduram tudo pra fora, calcinha, soutein, toalhas, na altura de qualquer um sujar ou levar embora.

Falando em hábitos e janela, outra coisa com a qual eu não me adaptei até hoje é costume de bater o tapete na janela. Sempre que posso dormir até mais tarde, acordo com a vizinha batendo tapete e penso “Ai, minha casa limpinha…” ou “Ai, minha alergia…”

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Setorização do mercado de trabalho e especialização da mão de obra

Ainda há pouco, vi uma máteria em um telejornal brasileiro que me fez lembrar as aulas de geografia da escola. Minha professora dizia que cada vez mais o profissional estava se especializando pra um mercado de trabalho que exigia conhecimentos muito específicos sobre cada área - que são muitas.
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O problema é que a máteria em questão tratava de bandidos, mas não eram quaisquer bandidos, eram sequestradores especializados no sequestro de funcionários de bancos estaduais! Puts, esses caras têm mais título que os meus amigos com mestrado e doutorado!
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Já se foi o tempo em que ladrão era simplesmente... ladrão.

sábado, 26 de setembro de 2009

Corrigindo uma possível injustiça

Amsterdã é uma bela cidade e muito bem conservada. Além da droga e do sexo, que tanto se divulgam, eles têm uma história interessante e jeito peculiar de viver.

Canais


Amsterdã foi fundada sobre um terreno pantanoso, o que posteriormente deu origem aos seus famosos canais. Em alguns pontos, os canais são iluminados à noite, o que torna o percurso belo e romântico. A dica é sentar em um café e curtir a paisagem (a cidade é cheia deles, se não estiver muito frio, procure um que tenha as mesinhas sobre a ponte).


Transporte



A população é muito grande e eles encontraram nas bicicletas uma maneira económica e ecológica de resolver a questão do transporte. Até bike-táxi tem por lá!


Moradia



Na Holanda a invasão de casas desocupadas há mais de 1 ano é permitida por lei. Mas tudo com muita organização! É preciso provar que a casa ficou realmente inutilizada durante este período, entrar e ter alguns móveis, no mínimo uma mesa, uma cadeira e uma cama. Depois disso, os ocupantes passam a pagar somente contas e impostos. Pelo que entendi, ao menos em Amsterdã, não existe mais espaço para construir e esta tem sido uma alternativa barata para os jovens que querem sair da casa dos pais. É claro, que, se você não fizer tudo “dentro dos conformes”, vai parar na cadeia!


Arquiterura



Reparando bem, as casas têm uma inclinação lateral e uma frontal. A inclinação lateral é devido aos prédios terem sido construídos sobre um terreno alagadiço, com isso as construções cederam e foram tombando. A inclinação frontal, juntamente com um gancho no topo casa, foram as soluções encontradas para realizar as mudanças. Geladeiras, fogões, camas, são muito grandes para subirem suas estreitas escadas. O gancho ajuda içar os móveis, a inclinação impede que eles batam na fachada dos prédios.


Religião


A briga entre católicos e protestante era constante. A principal igreja da cidade, hoje, um museu, foi construída durante mais de 200 anos alternadamente por membros das duas religiões, que também se alternaram no uso de materias para construção. Isso que parece uma junção de casas, é, na verdade, uma única igreja.

Foi também da briga entre eles que surgiram as igrejas escondidas. Os católicos, proibidos pelos protestantes de manifestar sua fé, construíam templos sob a fachada de casas para burlar a repressão.

E mais

Podemos encontrar ainda na cidade o antigo edifício da Cia Holandesa das Índias Orientais, atualmente uma faculdade. A fábrica onde se abrigaram os Frank e os Pels, hoje, o museu da Anne Frank. O edifício onde se passou a cobrar o primeiro pedágio da história, onde funciona um restaurante.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Com cheirinho de ...

Nunca tive memória olfativa, até por ser alérgica, cheiro não é o meu forte. Ou não sinto, ou sinto cheiro ruim com mais facilidade que os outros, ou sinto dor de cabeça com perfumes, e por aí vai.

Mas nessas férias tive uma deliciosa experiência. Descobri que Paris tem cheiro de pão quentinho hummmmmmm Especificamente, croissant com manteiga! Não resisto a um pão recém saído do forno, para não comê-los – todos!- , só mesmo não comprando.

As Boulangeries (padarias) vão marcando as etapas do dia (café da manhã, lanche…) com suas fornadas e enchem a cidade com um perfume apetitoso!

Saindo de Paris, fomos para Amsterdã, para minha surpresa, também fiz um registro do cheiro da cidade, infelizmente, dessa vez, bem menos agradável. Asmterdã fede a urina, talvez eu esteja sendo injusta, talvez seja só o centro e centro da cidade não é cheiroso em lugar nenhum. Mas o problema é que o centro de Amsterdã é quase toda sua zona turística e era exatamente onde estávamos hospedados.


Amsterdã funciona desde o seu princípio como um grande porto aberto ao mundo e como tal, recebia muitos marinhos, a noitada era, e continua sendo, bem animada e a mijação era geral! Pra resolver ou minimizar o problema, o governo mandou construir uns mictórios na rua. Achei super legal a ideia e o “desing” engraçado, pedi pro Rapha entrar pra eu bater uma foto. Foi quando descobri que o mictório é só “cabaninha” pra ninguém te ver mijando e também uma forma de marcar o território pros mijões. Porque você urina praticamente na rua, não tem cano, não tem esgoto, não tem aguinha, nada! Impossível não feder, né?!


A questão do xixi é tão intensa em Amsterdã que eles também elaboraram um “anti-urinol”, uma placa que previne cantos convidativos de levar uma bela mijada!


Caso o indivíduo insista, leva com o xixi todo nas pernas. Tecnologia simples e eficaz hahaha

Se eles não lavam a cidade? Lavam sim, com aquelas máquinas que usam no Rio para limpar a orla depois do Ano Novo e junto vem funcionário com uma mangueira super potente, pra não escapar nenhum cantinho! Mas acho que não dá vazão...

domingo, 20 de setembro de 2009

Ela chega e pesa

Ela vai chegando aos poucos, você olha no espelho e não nota uma ruga nova, um fio branco de cabelo, as gordurinhas cada vez mais insistentes. A idade é cruel e chega pra todo mundo!

A gente leva nosso dia-a-dia atenta a preocupações reais, desligada desses sinais, até que alguma coisa acontece e você pensa "é, to ficando velha!"

Entrei no albergue da juventude em Bruxelas (acabei de voltar de férias), atrás de um quarto pra passar a noite, porque cheguei a cidade sem lugar pra ficar. Então, a recepcionista, muito simpática (sorte a dela e a minha), pergunta "Quantos anos você tem?", "29, pq?", "Porque não pode ter mais de 35." (Ahhhnnnnn, como assim?!! claro que eu não tenho 35!, pensei) Nenhum de vocês dois tem mesmo 35, né?! Tudo bem que o Rapha tem cabelo e barba bem brancos e, por isso, fica todo mundo pensando que ele é um pouco mais velho. Mesmo assim, na primeira pergunta ela não tinha visto o Rapha e ainda teve dúvida se eu era tão mais velha (não me tirem 6 anos!!!).

Achei estranho, porque aqui na Europa normalmente perguntam se eu sou estudante, já até me pediram para apresentar um documento comprovando maior idade!

Bem, acabei por refletir, estou mesmo ficando velha. Tem coisas que não são mais pra mim, especificamente no que diz respeito às viagens, não tolero mais ficar alojada em um lugar tosquinho, com um banheiro duvidoso; passar dias comendo sanduiches; pular freneticamente pra lá e pra cá em poucos dias e viajar de ryanair (essa eu não sei se tem relação com a idade, mas eu juro, pela 2ª e última vez, que nunca mais viajo de pentelhanair!).

domingo, 6 de setembro de 2009

O que é bom dura pouco

As praias ficam, mas o verão se vai... O Rapha sempre diz "uma pena, um país com praias tão bonitas ter tão pouco tempo de calor." Para os europeus, entretanto, a temporada de verão aqui é longa. Portugal é considerado um dos países mais quentes e iluminados. Mesmo no inverno, os dias são lindos (e bem frios, pra mim).

Com o aquecimeto global e toda alteração climática mundial, o verão em Lisboa está cada vez mais suprimido. Este ano, passou batido, talvez tenha sido mais persistente pra quem pode passar uma longa temporada no Algarve (no extro sul), mas aí, já é outra história.

Deixo vocês com algumas das mais belas praias portuguesas ou ao menos as que pude conhecer...

Praia do Guincho, em Cascais. Uma bela praia, mas que venta muito. Boa para prática de esportes, surf, parapente, etc. Cascais tem praias urbanas boas, mas um pouco cheias e meio bagunçadas, mas nada comparado a farofa que se faz no Rio.



Praia da Comporta, dentro de uma reserva ecológica, no Alentejo. As praias do Alentejo não são tão populares, mas são muito bonitas. Esta é ma-ra-vi-lho-sa!



Uma delícia! Mar transparente e calmo, parece uma piscina, com a vantagem da paisagem paradisíaca. Sagres, no Algarve. O Algarve no verão é invadido por europeus vindo de vários países, principalmente, ingleses, que compram casas, abrem pubs, "colonizam" a língua local ou apenas curtem o calor lusitano.



Praia da Maçã, em Sintra. A praia é bonitinha, não é fenomenal como as anteriores, mas foi onde eu vi o por-do-sol mais bonito da minha vida e, pasmem, no inverno.

sábado, 5 de setembro de 2009

Vejo BBs

Não sei se sou eu, se é o verão, se foi o inverno, a questão é que vejo bebês e grávidas, muitos deles! Nunca vi tantas crianças em Lisboa! Na empresa em que trabalhei, tenho várias colegas de licença maternidade e, na empresa do Rapha, são tantas as grávidas que eles não pretendem contratar mulheres por um bom tempo (lastimável…).

O que observei…

1- Há uma moda em vestir irmãos do mesmo sexo com roupas iguais, sejam meninos ou meninas, independente da diferença de idade. Blusa, bermuda, sapato e, às vezes, até o enfeite do cabelo! A ideia não me agrada nem para os gémeos, mas já vi até em capa de revista. Um parzinho de jarros… Coisa mais esquisita…

2- As crianças são loucas pelo tal do Noddy, mesmo as mais novinhas que ainda nem sabem falar. Nunca vi o desenho, mas fiquei curiosa. Tem um carro da personagem no centro comercial e elas saem correndo, frenéticas, uivando de felicidade. Quando os pais ameaçam ir embora, algumas escolhem ficar com o Noddy!

3- Existe uma prática ainda comum (que parece que aos poucos vai sendo erradicada da sociedade portuguesa), alguns pais ou avós não hesitam em dar um bom tapa na cara das crianças. Vi duas situações, uma mãe com uma filha de uns 4 anos e, na outra, um avô com um bebê de no máximo 2 anos. Em ambas, as crianças estavam fazendo pirraça, comportamento feio mesmo, mas que não justificava (nada justifica) o tapa agressivo que levaram na cara.

4- Ainda se usa muito os fórceps aqui! Eles insistem no parto normal em praticamete todas as circunstâncias, o que ao meu ver acaba exigindo o uso do fórceps. Dois exemplos de partos em que no Brasil se faria imediatamente cesariana; foi o de uma colega de 39 anos, primeiro filho (este correu tudo bem, e eu, na minha leiguisse, apoio) e o da minha ex-chefe, um parto provocado 2 semanas antes do previsto, foi feito uso fórceps. Tenho horror aos ferros, medo total, não quero cesária, mas se a alternativa for fórceps, podem trazer o bisturi.

5- Conversa entre ucraniano e brasileiro, (pra fechar com chave de ouro hehe): um diz, “O Brasil deve estar crescendo (economicamente) bastante, porque os brasileiros têm muitos filhos. Na Ucrânia a vida está muito difícil e ninguém tem mais de um filho!”, o outro questiona “Então não se faz mais sexo lá?!”

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Será diferente em NY ou Miami?

Uma amiga, que mora aqui em Portuga, na grande Lisboa, passou por uma situação que me chocou! Meu primeiro impulso foi publicar a história aqui. Depois fiquei pensando no motivo e tal. Bobagem, quero divdir com vocês meu espanto, acho que é só isso mesmo.

Ela publica no orkut Tentaram entrar na minha casa hoje! Já não há segurança em lugar nenhum! OBRIGADA MEU DEUS, PELA PROTEÇÃO!!! e eu fui perguntar o que e como exatamente aconteceu...

"Olá, querida! Então, tentaram entrar pra assaltar, às 8:15 da manhã. O Lino já tinha saído pro trabalho e eu tava sozinha com a Sofia, Depois fiquei sabendo por uma senhora do prédio que viu a movimentação que eram 4 caras. Eles tentaram abrir a fechadura e eu aqui batendo na porta e mandando eles irem embora. Eles só disseram: Calma, senhora! E continuaram tentando! Como não conseguiram começaram a bater na porta com força pra eu abrir, mas não abri, claro. Liguei pro Lino e fui pro quarto pra proteger a Sofia que ainda tava dormindo, no caso de eles conseguirem entrar. Mas depois deisitiram e foram embora. Nem pude dar queixa na polícia, pq eles só aceitam a queixa se eles tivessem conseguido entrar e se tivessem levado alguma coisa, acredita? Agora imagina meu desespero!"

Q bizarro!!! nem dá pra acreditar! To chocada com o abuso deles e com o atraso da lei em PT! Mas vc nao podia ligar na hora e dizer q tavam querendo invadir sua casa? Alias, invasão de domicilio não é crime? Não é possível!!! Quer dizer q qq 1 pode entrar na minha casa, sem a minha autorização, a hora q quiser e não dá em nada?Mesmo chocada... (eu escrevi pra ela e ela me respondeu...)

"Olha, eu tava dormindo, acordei com o barulho deles, fiquei atordoada, uma mistura de grogue e apavorada! Levei um tempão pra conseguir discar o número do Lino, tremia por todos os lados! Ia ligar pra polícia a seguir, mas foi neste momento que eles foram embora. Esperei acalmar e liguei pra esquadra e o polícia (gago kkkkk) que me atendeu nem perguntou se eles tinham entrado, foi logo perguntando se tinham levado alguma coisa. Eu disse que não e ele disse que então não podiam fazer nada. Acho que eu vejo muito CSI, pq pensei que podia fazer queixa e eles vinham tirar impressãoes digitais, algo do gênero... Aí eu disse: Mas e se eles voltarem? E o gago: A senhora não acha que a gente pode deixar uma viatura 24 horas pro dia a vigiar a sua casa, não é?!!!!!!!!!"

domingo, 30 de agosto de 2009

Vai lá ver

Já comecei a postar no http://idevelas.blogspot.com/ Se quiserem conferir... bjs

O blog surgiu para dar finalidade a algumas práticas que pretendo intensificar nas minhas horas vagas. Fotografar Lisboa com olhar mais apurado, pesquisar e visitar lugares interessantes, repassar pequenas dicas de onde e, principalmente, como desbravar certas atrações turísticas desta cidade – e de outras, por que não? Espero ser útil ou ao menos divertida! E, se puderes... ide vê-las!

sábado, 29 de agosto de 2009

Meu mundinho


Da roda a internet as invenções humanas facilitam e agilizam nossas vidas (muitas vezes complicam e encarecem, mas isso é uma outra história…), porém há também muita futilidade capitalista (simplificando).

Pra mim as MMS e as vídeo-chamdas eram um exemplo desses excessos. No geral, muito ônus pra muito pouco bônus. Outro dia, entretanto, entro no ônibus e vejo de relance uma mulher gesticulando para o celular. “Mas que porcaria é essa?!”, pensei. Quando olhei com mais atenção, vi que era uma conversa entre surdos-mudos via telefone.

Agora, imaginem só, antes dessa tecnologia, essas pessoas não podiam se comunicar por telefone, não tinham autonomia ou tinham muito pouca, ficando limitados a SMS ou qualquer outra ferramenta que me escape. O que pra mim era uma futilidade, pra eles deve ter sido revolucionário.

sábado, 22 de agosto de 2009

Oh, menina!

Quando comecei a trabalhar diretamente com o público português, notei que algumas pessoas me chamavam por “oh, menina”, “Oh, menina, deixa disso.”, “Oh, menina, não vale a pena.” Esse tratamento, que me soava tão pejorativo, me aborrecia um bocado. Eu, com 29 anos, casada, pagando minhas contas, não sou uma menina, principalmente para um estranho.

Outro dia, andando por Odivelas, ouço uma velhota gritar “Oh, menina!”. Olho para um lado e pra outro e não vejo ninguém. E ela continua “Oh, menina!”. Olho novamente e nada. A senhora insistente vem caminhando na minha direção. “Só falta ser comigo…”, penso. Entretanto, percebo enfim que, atrás de mim, vem uma outra senhora, muito velhinha, de bengala. Bom, encontrei a “menina” e segurei o riso, claro. Hehehe Depois, desse episódio passei a não me chatear com tal tratamento.

Ah, ia me esquecendo, assistindo filme de época na tv, notei que eles traduzem mrs por senhora (ok) e chuta como traduzem miss? Menina…

sábado, 15 de agosto de 2009

Partido Nulo

Símbolo do Partido Nulo, representa o nulo absoluto, o nada e o tudo.
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Em Portugal o voto é opcional, o que permite, por alienação ou por insatisfação, a abstenção eleitoral e ela tem acontecido em grande número. Se por um lado os partidos já existentes vêm fazendo um grande esforço para levar o eleitor a urna sob a justificativa de que o voto é decisivo para a mudança, para a melhora … Por outro, existe um grupo de pessoas que constatou um descontentamento generalizado com a política e vislumbra uma renovação mais profunda.

O sistema eleitoral aqui não inclui o voto nulo, opção que demonstra insatisfação com os candidatos e altera a proporcionalidade. A abstenção, segundo eles, serve apenas como uma forma de legitimar as propostas que são apresentadas pelos partidos. Pelo contrário, um voto nulo lança a desconfiança em relação ao sistema funcionar ou não. Como respaldo para seu discurso, eles citam o atual governo, eleito com maioria absoluta dos votos, representa, entretanto, nada mais de 30% dos votantes inscritos.

Inspirados em países como Canadá e Alemanha, nos quais existem partidos e candidatos reais que se comprometem em, uma vez eleitos, não tomar posse, o Partido Nulo é a apenas um movimento que sugere o voto criativo (uma rasura na cédula) como protesto. “Apelamos ao voto nulo porque recusar os maus candidatos que se apresentam a eleições é um direito legítimo” Diz Manuel Ramos, líder do movimento, em matéria a tvi 24 (http://www.tvi24.iol.pt/politica/partido-nulo-movimento-eleicoes-voto-abstencao-tvi24/1080571-4072.html)

Minha única observação a respeito disso tudo é que o sr. Manuel João Ramos há dois meses era vereador da câmara de Lisboa. Ou seja, toda essa atividade não surge da motivação pública, mas da iniciativa de um político. Não sei não, mas isso me lembra a tempestade que muitas vezes se faz no Brasil e acaba dando origem a partidos políticos que, por fim, repetem a postura dos seus antecessores.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Olá Amigos,

estou começando um novo blog como forma de estimular e divulgar minhas fotos, dicas e pequenas pesquisas sobre Lisboa (principalmente) e outros lugares. Deve colocá-lo no ar ainda neste fim-de-semana, entretanto estou um pouco frustrada, porque não queria que fosse um blog. Como a idéia é que a foto puxe o texto e não o contrário, pensei primeio em num fotolog, mas decobri que, para publicar mais de uma foto por dia, teria que pagar. Então decidi fazer um blog mesmo, mas pensei que talvez algum de vocês tivesse uma idéia genial pra resolver meu pequeno impasse.

Nem sei se o fotolog seria o suporte ideal, porque só permite uma foto por página...

Bem, se souberem de algo, please!, me falem.

8*)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A vulgaridade não vem dos trópicos

Ainda no Brasil, ouvi muita gente dizer que o brasileiro era deselegante, chic mesmo era o europeu. Sempre bem vestido, etc, etc,etc. Alguns ainda arriscavam o palpite de que o frio ajuda e que com os casacos de inverno todo mundo acaba por parecer mais bem vestido.

Agora que o verão enfim resolveu chegar, já vejo por aí muita mulher (gorda, magra, nova, não tão nova…) com os shortinhos e tops deixando o que deveria e o que não deveria de fora. Mas eles não vêm só, estão aliados às tão criticadas (pelos portugueses) “chineletas”, são sandálias rasteiras, chinelos e, claro, as famosas havaianas, verdadeiras ou não, mas sempre com a bandeirinha do Brasil! Entretanto, o que mais se vê e também o que menos me agrada são os sutiãs aparecendo. Ok, eu sei, é moda, no Brasil tb… Mas até hoje não vi uma alça bonitinha, decorada, combinando com a roupa, uma rendinha aparecendo no decote. Não. São mesmo de qualquer cor, aqueles mais comuns, destoando da roupa, vestidos com blusa tomara-que caia!

Acho que acertou quem disse que o calor deixa as pessoas mais descontraídas e, por vezes, confortáveis demais. De qualquer forma, mesmo com o festival de mal gosto, fico feliz por ver as portuguesas mais relaxadas, mais à vontade.

Obs: resumindo e concluindo, vistam-se como quiserem, só não venham dizer que a vulgaridade é coisa de brasileira ou africana! ;)

domingo, 9 de agosto de 2009

O exercício de ser feliz

Acredito em sentimentos naturais e espontâneos, mas sorrir por obrigação pode ser um esforço reconpensado.

Todos os dias me levanto às 7h, mas demoro muito a acordar. Sempre fui assim. Não é uma questão de mal humor como parece a 1a vista, é uma inabilidade de falar ou manifestar qualquer sentimento. Meu cérebro ainda está adormecido.

Contudo, miha função me obriga, já cedo, a falar, ser clara e sorrir. Nos primeiros minutos, o esforço é muito grande, a atitude não é natural pra mim. Entretanto, sinto rapidamente uma alteração positiva no meu estado de espírito.

Foi nessa situação que pude confirmar na prática que o empenho em sorrir pode inserir uma pessoa no ciclo virtuoso da alegria. Mas, se a transformação do humor não for verdadeira e o fingimento for contínuo, o resultado pode ser um grande estresse.

*(a imagem acima é a foto de divulgação do produto q estou promovendo, muita gente pergunta se sou eu kkkkk)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Para ver, ouvir e dar passagem

Gosto de observar as pessoas e as suas reações, não sou fofoqueira. Aliás, daria uma péssima fofoqueira, eu sempre me esqueço dos detalhes da história, mas registro muito bem as sensações.

No meu trabalho atual, não como parte da função, mas como consequência dela, acabei por observar as pessoas que passam todos os dias no corredor daquele pequeno centro comercial. Talvez não sejam pessoas interessantes, mas são no mínimo instigantes e dariam ótimas personagens.


O primeiro que me despertou para uma observação mais atenta dos demais frequentadores é um senhor de bigode que todos os dias está a porta do supermercado assim que abre e todos os dias ele compra 2 engradados de cervejas long neck em taras retornáveis. Eu ficava – e ainda fico – me perguntando, seriam para consumo próprio? Mas quem consegue consumir tanta cerveja de uma vez só e todos os dias? E se é para revenda, por que não compra direto do fornecedor? Sairia muito mais barato.

Tem um senhorzinho muito simpático que nos cumprimenta, diz que já tomou o café, vai dar uma voltinha, comprar qualquer coisa e que mais tarde volta para “tomar um gelado”. Ele sempre conta a história da sua filha que hoje vive em Londres e já deve ser uma senhora, mas que na escola quebrou o nariz de um colega com um soco depois que esse passou a mão no “rabo” dela. Segundo o senhor, a diretora, ao saber o motivo da agressão, deu razão a menina e suspendeu o rapaz! Um tanto radical, não?

Outro frequentador assíduo é um homem com uma menina no carrinho. Ele parece avô da criança, mas pelos padrões portugueses é mais provável que seja pai. O homem passava longe, empurrando sempre carrinho, gesticulava, dando um adeus, dizendo qualquer coisa. Eu nunca ouvia a voz dele, achava que era pela distância, mas acabei por descobrir que ele é mudo.


Então, comecei a falar com ele por gestos. Passei dias agindo assim, até que me perguntei, ele não fala, mas quem disse que ele não ouve também? Normalmente quem não fala, na verdade não o faz, porque não ouve. Normalmente... mas poderia não ser o caso. Já pensou o ridículo, eu ali gesticulando e o homem não é surdo! Resolvi perguntar e confirmei minha dedução, ele é surdo-mudo. Já os filhos – além da menina do carrinho, tem também um casal um pouco mais velho – falam e ouvem sem problemas. Bem, isso segundo ele me informou. O estranho é que eu nunca ouvi um único som vindo da mais nova. Será que ela fala mesmo ou ele deduziu isso pelo fato dos outros dois falarem? Ou será que eu entendi mal?

E assim as personagens e as histórias vão sendo construídas. É também assim que meus dias vão se tornando um pouco mais interessantes.

"E cada qual no seu canto /Em cada canto uma dor /Depois da banda passar /Cantando coisas de amor..."

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Simpatia tem preço

Em Portugal e, pelo que pude notar, em todo velho mundo, a simpatia no atendimento não é uma cultura corrente. Muito pelo contrário, na maioria das vezes, o que prevalece é a grosseria. Aqui, quando eles precisam de um atendimento mais amável, contratam brasileiros.

Mas, se os funcionários portugueses não alteram o humor espontaneamente, já tem chefe forçando essa postura. Fiquei admirada como as pessoas são simpáticas e atenciosas no local onde eu trabalho atualmente. O Rapha, quando esteve lá, se impressionou com a funcionária “tão bem disposta”. Acabei por saber que o diretor está com uma postura de tolerância zero no que diz respeito ao atendimento ao público: quem for hostil com o cliente vai pra rua mesmo!!!

domingo, 28 de junho de 2009

Comida da terrinha

No que diz respeito a comida, Portugal é o paraíso dos imigrantes brasileiros. Por si só o país já tem uma alimentação mais parecida com a nossa – se é que posso dizer isso… Naturalmente, eles comem mais legumes, frutas e feijão. Além disso, o fato de muitos brasileiros viverem aqui estimulou a abertura de vários restaurantes e lojas de produtos da nossa terra. Hoje, nos próprios supermercados conseguimos encontrar farinha de mandioca, polvilho, polpa de fruta, pão de queijo, etc.

Uma época, eu andei neurótica pra comer pastel. Nem sou tão fã dos fritos, mas, depois de um tempo, comecei a sentir realmente falta. Descobri que em Cascais tinha um lugar que vendia e, quando vi que o recheio podia ser de catupiri, fui ao delírio!!!

Comi um ali mesmo e saí com outro na mão, pela rua. Fui desfilando com aquele pastel de vento enorme, até que passa por mim uma mulher morena (com cara de brasileira), gruda os olhos no “bichão” e vai embora. Eu pensei “estranho, jurava que ela perguntar onde eu comprei ou fazer algum comentário”, mal concluí meu pensamento, ela volta “olha, vc me desculpa, mas onde comprou esse pastel?” E, já quase babando, explica, “é que eu moro há 6 anos na Alemanha…”

Apesar de não haver tanta fartura como aqui, já é possível encontrar lojas de produtos brasileiros em praticamente todos os países da Europa. Nós, dando uma volta pelo Temple Bar, em Dublin, encontramos uma. Na Irlanda eu nunca ia imaginar!


Ao fundo a logo da loja em Dublin

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A capitalista que há em mim

Portugal despertou a consumista que havia em mim. Ainda sou aquela rapariga que fica feliz com meia dúzia de vestidinhos de algodão ou de malha e algumas sandálias, roupas para dar uma volta na orla aos fins-de-semana. Mas, a verdade é que ver tudo o que você quer ou precisa a preços tão baixos deixa qualquer mulher louca. Saia e calça da Mango a 3,00 euros, blusas da Zara a 2,00 euros, bolsa a 5,00! Ok, se você quiser um tecido um tecido melhor ou uma marca menos popular, vai pagar um pouquinho mais, uns 10 ou 20 euros. kkkk

Outro dia, estava no supermercado e ouvi uma promoção cadeiras de plástico a 1 euro! (daquelas que a gente usa em churrasco). E me surpreendi pensando se eu realmente não precisava de uma cadeira. O que mais tem na nossa casa são lugares para sentar. Na sala, fora o sofá, temos as 6 cadeiras da mesa de jantar, na cozinha são 4 cadeiras e 4 banquinhos, em um dos quartos, 2 cadeiras e mais um sofá, além de 2 outras cadeiras na varanda. Ufa, chego a conclusão que nesta casa falta mesmo é bunda! Isso, porque não pus na lista outros bancos e cadeiras que levamos para a arrecadação quando nos mudamos pra cá, por motivos óbvios. Mesmo assim, ainda refleti por algum tempo se não haveria uma utilidade qualquer para tal cadeira tão baratinha…


Freport Outlet - meu novo templo

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Lusofonia

Até ontem ficava indignada quando alguém dizia que nós brasileiros não falamos português e sim brasileiro. O fato do uso da língua ser diferente, em aspectos bem marcantes da gramática inclusive, não a divide em duas.

Continuo pensando assim, mas ontem à tarde tivemos uma conversa inflamada entre colegas brasileiros e portugueses a respeito da apropriação de palavras estrangeiras. Um papo chato e inconclusivo para ambos os lados. O assunto em si tem pouca importância para mim, nem sequer tenho uma opinião formada sobre a incorporação de novas palavras. A discussão, entretanto, me fez refletir sobre aspectos mais globais da língua.

A língua tem uma grande importância dentro do âmbito econômico em geral e de forma cíclica. O inglês passou a ser estudado e falado em praticamente todo o mundo a partir do boom dos países de fala inglesa, principalmente dos EUA. Hoje, é ele próprio uma ferramenta muito importante.

O Brasil não precisa insistir em uma língua diferente como forma de afirmação política, cultural e territorial, como é o caso do País Basco ou da região da Catalunha, por exemplo. Mas, tão pouco, precisa do aval português para manter a soberania da língua no país e assim facilitar o seu crescimento econômico. O Brasil é extremamente visado e poderoso por ter uma grande massa de consumo e também pela sua força na exportação de produtos agrícolas e industrializados. Devido a isso e também ao diálogo internacional positivo que nossos líderes vêm mantendo com países de perfil político diferentes e antagônicos, como Venezuela, Estados Unidos e Cuba, por exemplo, Portugal se torna quase um detalhe na vida comercial do nosso país.

Talvez eu esteja exagerando, mas o que eu quero dizer é que, com certeza, seria bem mais importante para Portugal que para o Brasil qualquer tipo de vínculo ou acordo que ajudasse a alavancar os negócios, ainda que de maneira secundária.

A questão é que existe em nós – de ambas as terrinhas – uma mentalidade com mais de 500 anos de história. Os portugueses ainda se sente os colonizadores, os donos da língua e da verdade, e os brasileiros não conseguem cortar o cordão umbilical. Eu continuo falando e escrevendo português, mas eles insistem em dizer que nossa forma de expressão é feia e incorreta. Se falar português dá a eles autoridade sobre o nosso uso da língua, então, ok, eu falo brasileiro!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Transportes

Nesses últimos dias, andei conversando com uns amigos sobre os transportes na Europa. Lisboa, se comparada às demais capitais europeias, não é um bom exemplo, mas, em relação ao Rio, tem uma cobertura bastante satisfatória.


Simplório Metro de Liboa


Um dos primeiros passos quando planejo uma viagem é ver o mapa da cidade e o mapa do metro e sobrepor as informações. O metro é o transporte mais fácil para um turista se locomover. Uma vez a hospedagem sendo perto de uma estação, a circulação pela cidade está garantida, porque há sempre um metro perto de qualquer atração turística. A partir daí, é encontrar os dois pontos no mapa - partida e destino - e verificar o caminho.

Seguindo esse raciocínio, fui planejar minha viagem para Paris. Nunca tive dificuldade com mapas, muito pelo contrário, mas quando abri o "plan" do "metropolitan", tomei um susto, a quantidade de linhas é enorme! A rede é tão complexa que, no site oficial, o mapa é interativo (http://map.metro-passes.com/map_paris.htm). Você clica sobre uma ou mais linhas e elas ficam em destaque de maneira que pode ir construindo um percurso sem que o emaranhado das linhas restantes atrapalhem a sua visualização. Demorei alguns dias para me acostumar aquele monte de informações e para encontrar todas as estações que eu queria, mas consegui estar familiarizada com o esquema antes de chegar à cidade, o que foi bastante útil.



Complexa rede de Paris

Habituados a um sistema de transporte mais simples, eu e o Rapha quase perdemos o voo de Barcelona para Lisboa. Faltando menos de 5 minutos para a partida do trem que deveríamos pegar para o aeroporto, corremos pela estação rumo a plataforma que nos foi indicada. Aliviados que o trem ainda estava lá, entramos rapidamente. Depois de algumas estações, notamos que estávamos no trem errado. Naquela mesma plataforma passavam vários trens com horários seguidos, porém com destinos diferentes. Por sorte, conseguimos notar a confusão a tempo de trocarmos para o trem certo. Ufa!

Agora, fico muuuuuuuito ligada todo vez que vou entrar em um transporte público aqui na Europa.

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