domingo, 28 de junho de 2009

Comida da terrinha

No que diz respeito a comida, Portugal é o paraíso dos imigrantes brasileiros. Por si só o país já tem uma alimentação mais parecida com a nossa – se é que posso dizer isso… Naturalmente, eles comem mais legumes, frutas e feijão. Além disso, o fato de muitos brasileiros viverem aqui estimulou a abertura de vários restaurantes e lojas de produtos da nossa terra. Hoje, nos próprios supermercados conseguimos encontrar farinha de mandioca, polvilho, polpa de fruta, pão de queijo, etc.

Uma época, eu andei neurótica pra comer pastel. Nem sou tão fã dos fritos, mas, depois de um tempo, comecei a sentir realmente falta. Descobri que em Cascais tinha um lugar que vendia e, quando vi que o recheio podia ser de catupiri, fui ao delírio!!!

Comi um ali mesmo e saí com outro na mão, pela rua. Fui desfilando com aquele pastel de vento enorme, até que passa por mim uma mulher morena (com cara de brasileira), gruda os olhos no “bichão” e vai embora. Eu pensei “estranho, jurava que ela perguntar onde eu comprei ou fazer algum comentário”, mal concluí meu pensamento, ela volta “olha, vc me desculpa, mas onde comprou esse pastel?” E, já quase babando, explica, “é que eu moro há 6 anos na Alemanha…”

Apesar de não haver tanta fartura como aqui, já é possível encontrar lojas de produtos brasileiros em praticamente todos os países da Europa. Nós, dando uma volta pelo Temple Bar, em Dublin, encontramos uma. Na Irlanda eu nunca ia imaginar!


Ao fundo a logo da loja em Dublin

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A capitalista que há em mim

Portugal despertou a consumista que havia em mim. Ainda sou aquela rapariga que fica feliz com meia dúzia de vestidinhos de algodão ou de malha e algumas sandálias, roupas para dar uma volta na orla aos fins-de-semana. Mas, a verdade é que ver tudo o que você quer ou precisa a preços tão baixos deixa qualquer mulher louca. Saia e calça da Mango a 3,00 euros, blusas da Zara a 2,00 euros, bolsa a 5,00! Ok, se você quiser um tecido um tecido melhor ou uma marca menos popular, vai pagar um pouquinho mais, uns 10 ou 20 euros. kkkk

Outro dia, estava no supermercado e ouvi uma promoção cadeiras de plástico a 1 euro! (daquelas que a gente usa em churrasco). E me surpreendi pensando se eu realmente não precisava de uma cadeira. O que mais tem na nossa casa são lugares para sentar. Na sala, fora o sofá, temos as 6 cadeiras da mesa de jantar, na cozinha são 4 cadeiras e 4 banquinhos, em um dos quartos, 2 cadeiras e mais um sofá, além de 2 outras cadeiras na varanda. Ufa, chego a conclusão que nesta casa falta mesmo é bunda! Isso, porque não pus na lista outros bancos e cadeiras que levamos para a arrecadação quando nos mudamos pra cá, por motivos óbvios. Mesmo assim, ainda refleti por algum tempo se não haveria uma utilidade qualquer para tal cadeira tão baratinha…


Freport Outlet - meu novo templo

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Lusofonia

Até ontem ficava indignada quando alguém dizia que nós brasileiros não falamos português e sim brasileiro. O fato do uso da língua ser diferente, em aspectos bem marcantes da gramática inclusive, não a divide em duas.

Continuo pensando assim, mas ontem à tarde tivemos uma conversa inflamada entre colegas brasileiros e portugueses a respeito da apropriação de palavras estrangeiras. Um papo chato e inconclusivo para ambos os lados. O assunto em si tem pouca importância para mim, nem sequer tenho uma opinião formada sobre a incorporação de novas palavras. A discussão, entretanto, me fez refletir sobre aspectos mais globais da língua.

A língua tem uma grande importância dentro do âmbito econômico em geral e de forma cíclica. O inglês passou a ser estudado e falado em praticamente todo o mundo a partir do boom dos países de fala inglesa, principalmente dos EUA. Hoje, é ele próprio uma ferramenta muito importante.

O Brasil não precisa insistir em uma língua diferente como forma de afirmação política, cultural e territorial, como é o caso do País Basco ou da região da Catalunha, por exemplo. Mas, tão pouco, precisa do aval português para manter a soberania da língua no país e assim facilitar o seu crescimento econômico. O Brasil é extremamente visado e poderoso por ter uma grande massa de consumo e também pela sua força na exportação de produtos agrícolas e industrializados. Devido a isso e também ao diálogo internacional positivo que nossos líderes vêm mantendo com países de perfil político diferentes e antagônicos, como Venezuela, Estados Unidos e Cuba, por exemplo, Portugal se torna quase um detalhe na vida comercial do nosso país.

Talvez eu esteja exagerando, mas o que eu quero dizer é que, com certeza, seria bem mais importante para Portugal que para o Brasil qualquer tipo de vínculo ou acordo que ajudasse a alavancar os negócios, ainda que de maneira secundária.

A questão é que existe em nós – de ambas as terrinhas – uma mentalidade com mais de 500 anos de história. Os portugueses ainda se sente os colonizadores, os donos da língua e da verdade, e os brasileiros não conseguem cortar o cordão umbilical. Eu continuo falando e escrevendo português, mas eles insistem em dizer que nossa forma de expressão é feia e incorreta. Se falar português dá a eles autoridade sobre o nosso uso da língua, então, ok, eu falo brasileiro!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Transportes

Nesses últimos dias, andei conversando com uns amigos sobre os transportes na Europa. Lisboa, se comparada às demais capitais europeias, não é um bom exemplo, mas, em relação ao Rio, tem uma cobertura bastante satisfatória.


Simplório Metro de Liboa


Um dos primeiros passos quando planejo uma viagem é ver o mapa da cidade e o mapa do metro e sobrepor as informações. O metro é o transporte mais fácil para um turista se locomover. Uma vez a hospedagem sendo perto de uma estação, a circulação pela cidade está garantida, porque há sempre um metro perto de qualquer atração turística. A partir daí, é encontrar os dois pontos no mapa - partida e destino - e verificar o caminho.

Seguindo esse raciocínio, fui planejar minha viagem para Paris. Nunca tive dificuldade com mapas, muito pelo contrário, mas quando abri o "plan" do "metropolitan", tomei um susto, a quantidade de linhas é enorme! A rede é tão complexa que, no site oficial, o mapa é interativo (http://map.metro-passes.com/map_paris.htm). Você clica sobre uma ou mais linhas e elas ficam em destaque de maneira que pode ir construindo um percurso sem que o emaranhado das linhas restantes atrapalhem a sua visualização. Demorei alguns dias para me acostumar aquele monte de informações e para encontrar todas as estações que eu queria, mas consegui estar familiarizada com o esquema antes de chegar à cidade, o que foi bastante útil.



Complexa rede de Paris

Habituados a um sistema de transporte mais simples, eu e o Rapha quase perdemos o voo de Barcelona para Lisboa. Faltando menos de 5 minutos para a partida do trem que deveríamos pegar para o aeroporto, corremos pela estação rumo a plataforma que nos foi indicada. Aliviados que o trem ainda estava lá, entramos rapidamente. Depois de algumas estações, notamos que estávamos no trem errado. Naquela mesma plataforma passavam vários trens com horários seguidos, porém com destinos diferentes. Por sorte, conseguimos notar a confusão a tempo de trocarmos para o trem certo. Ufa!

Agora, fico muuuuuuuito ligada todo vez que vou entrar em um transporte público aqui na Europa.

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