quinta-feira, 22 de julho de 2010

Saudosismo – Cine Paissandu


Outro dia eu vinha no ônibus e ouvia a conversa entre 2 adolescentes.

Ad1- “...cara, aqui em Copa tinha um cinema rua...” Um? Pensei, eu, já com uma pequena listas na cabeça. Pequena porque nunca fui muito de freqüentar cinema em Copa, sempre fiquei no eixo Botafogo / Flamengo/ Catete . “Pô, horrível isso de cinema de rua...”, continuou o garoto. E eu: horrível? Como assim. Ok, alguns cinemas não sofreram manutenção. Aí, era uma questão de qualidade do cine, não o fato dele estar na rua (ao invés do shopping – eca! – como a maioria hoje).

Ad2- Foi então que o outro interferiu: “Lá no Flamengo tinha um tal de Paissandu. Aí, uma porcaria.” Quê? Porcaria? Além de muita história, o Paissandu estava inserido no circuito estação, sempre com a seleção do grupo, inclusive com os filmes do Festival do Rio! “Tinhas uns filmes que eu nunca ouvi falar, tava sempre vazio.” Nunca ouvi falar, porque só assisti Blockbuster. E como ele sabe que estava vazio, se nunca freqüentou o cinema? O adolescente terminou com a derradeira... Que foi direto no meu coraçãozinho... “Não é à toa que fecharam.”. Depois disso, desceram do ônibus.

Ainda em Portugal, tive a triste notícia de que haviam fechado o Cine Paissandu (sei que estou atrasada, fechou em 2008).

O Paissandu foi inaugurado em 15 de dezembro 1960 e, a partir de 1964, a Cinemateca do MAM ficou responsável pela programação, composta sobretudo de filmes franceses que não costumavam ser exibidos em circuito comercial. É bastante lembrado por ter sido, nos anos 60 e 70 (época da ditadura civil-militar no Brasil), um centro de discussões (e resistência) sobre cinema da nouvelle vague, cinema novo e de vanguarda europeu e outros assuntos (política, história, cultura, artes etc.) e ponto de encontro de cinéfilos desde a sua fundação até o fechamento, chegando a formar até mesmo a chamada “geração Paissandu”.

Mais recentemente, possibilitava aos moradores do Flamengo uma seleção gostosa de filmes, uma área de fumantes (alguém conhece algum outro? E, atenção, eu não fumo, mas também não sentia o cheiro dentro da sala.). Na verdade, o que eu mais gostava nessa área eram as poltronas, que possibilitavam assistir a um filme no cinema com o conforto do sofá da minha sala!
Não sei se a infra-estrutura andava abalada ao estremo. Sei que não era um cinema com o fantástico sistema de som “XYZ” e não tinha aquela inclinação M A R A V I L H O S A, fazendo com que nem mesmo um gigante atrapalhasse a baixinha aqui de ver a tela (isso sim faz falta kkkk). Ok, ele precisava de manutenção e modernização. Mas fechar, por quê? Alguém sabe a resposta?

A pergunta acima é um pouco mais ampla, o real motivo pode ser lido na matéria do O Globo, reproduzida neste blog.
Informações sobre a história do Cine Paissandu foram retiradas de: Wikipédia, a enciclopédia livre.

1 comentário:

Enaldo Soares disse...

E agora (janeiro de 2011) foi-se embora o Belas Artes de São Paulo

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